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26 outubro 2007

PSDB ameaça interromper a negociação da CPMF

Brasília foi sacudida nesta sexta-feira pela notícia de que deputados governistas tramam a apresentação de um projeto que facultaria a Lula disputar o terceiro mandato. Surpreendida, a cúpula do PSDB ameaça interromper imediatamente o diálogo que mantém com o governo em torno da emenda da CPMF.

“Se for sério, a gente não tem mais o que conversar. Nem com o PT nem com o governo Lula”, disse ao blog o senador Sérgio Guerra (PE), que se prepara para suceder Tasso Jereissati (CE) na presidência do PSDB. “Antes de qualquer coisa, precisamos saber se esse pessoal quer democracia ou não.”

Casualmente, Arthur Virgílio (AM), líder do tucanato no Senado, estava ao lado de Guerra no instante em que ele conversou com o repórter, pelo celular. Os dois se dirigiam, de carro, para o casamento da filha de um amigo, na Paraíba. “Estou com o Arthur aqui do meu lado. Ele pensa exatamente como eu. Disse que, com essa história de terceiro mandato, não tem mais CPMF. Não tem conversa.”

Deve-se a um grupo de deputados filiados a legenda do consórcio governista a novidade que põe em risco o diálogo tucano-governista. Embora tramada à sombra, um dos responsáveis pela articulação, Carlos Willian (PTC-MG), emergiu dos subterrâneos para reconhecer: planeja-se protocolar na Câmara, logo depois da aprovação final da prorrogação da CPMF, um projeto de emenda constitucional facultando aos atuais detentores de mandatos executivos disputar a re-reeleição em 2010.

A emenda alcançaria os governadores de Estado e o presidente da República. Lula já disse e repetiu que não passa pela sua cabeça concorrer a um terceiro mandato consecutivo. Admite apenas voltar a concorrer ao Planalto em 2014. A despeito disso, o PSDB recebeu a notícia sobre a movimentação dos governistas com os dois pés atrás.

“Não quero acreditar que o governo esteja por trás disso”, disse Sérgio Guerra. “Mas se estiver, ele que fique lá com o governo dele. Nós vamos cuidar da nossa vida. Não tem mais conversa com ele ou com o PT. Nem sobre CPMF nem sobre qualquer outro assunto. Será impossível conviver.”
Guerra foi um dos três tucanos que se reuniram nesta quinta-feira (25) com o ministro Guido Mantega (Fazenda). Os outros dois foram Tasso Jereissati e Arthur Virgílio. Segundo o senador, o PSDB condiciona a continuidade das negociações a uma manifestação de Lula. “É preciso que ele diga algo sobre essa maluquice. Esse problema não é nosso, é do governo e dos aliados dele.”

Fonte: Blog do Josias de Souza - www.folha.com.br

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